Investindo no seu Desenvolvimento Profissional

Já pensou em fazer um Mestrado Profissional no Exterior?


Aperfeiçoar-se profissionalmente é extremamente necessário para aumentar suas chances de uma carreira de sucesso nos dias atuais. Melhor ainda quando você consegue alinhar essa necessidade com as suas paixões pessoais.

Carreira e você entrevistou Livea Peres Bernini, Advogada ambiental e gestora de projetos no terceiro setor. É também autora do Blog Liberté, Sustainability, ONG voltado para temas e discussões relacionados aos Direitos Humanos, Sustentabilidade e Terceiro Setor. 
Livea gradou-se em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2003-2008), cursou especialização em Direito Ambiental Lato Sensu no SENAI (2009-2011) e, em seguida, o mestrado em Cooperação Internacional e ONG com ênfase em Direito Ambiental e Gestão de Projetos Humanitários e Ambientais no Terceiro Setor pela Université Paris 13 – Sorbonne Paris Cité (2012-2013). 

E é sobre a experiência de cursar um Mestrado em Paris que Livea irá nos contar nessa entrevista.

Carreira e você: Como foi sua decisão para fazer um mestrado em Paris? 
Livea Bernini: Eu poderia ter cogitado em fazer um mestrado no Brasil. Temos muitos cursos de mestrado de alto nível, entretanto, meu objetivo era muito mais amplo do que simplesmente dar continuidade aos estudos. Mais do que pensar puramente na obtenção de um bom diploma e em tornar o meu CV mais interessante, eu me concentrei, especialmente, na experiência em si e nos meus anseios pessoais. Resolvi então, dar ouvidos à minha vontade de morar fora, de estudar uma nova língua e de ter novas experiências culturais, então passei a considerar a possibilidade de buscar a realização de um curso no exterior. 
Tudo isso me levou a incansáveis pesquisas pela internet e conversas com amigos que já haviam tido experiências parecidas, já que encontrar o lugar perfeito e um curso que caiba no bolso não é nada simples. Foi assim que, colocando na balança o ficar e o partir, a França me ganhou. Durante as minhas pesquisas, a oportunidade de estudar nesse país se mostrou a mais interessante e possível por muitos motivos. Dentre eles, além daqueles óbvios (como por exemplo, a apaixonante língua francesa, o fato de estar mergulhada na Europa e poder aproveitar a estadia para conhecer lugares incríveis), posso mencionar que: os custos de inscrição para o mestrado são muito abaixo da média, há possibilidade de ganhar bolsas de estudos francesas (já que as bolsas de mestrado brasileiras são mais voltadas às áreas de ciências/exatas), pode-se optar pelo “mestrado profissional”, cujas cargas horárias são divididas entre aulas teóricas e práticas, sendo obrigatório um estágio de, no mínimo, três meses. Além disso, alguns mestrados permitem e incentivam a participação de pessoas com perfis acadêmicos e profissionais diferentes, assim como o estudo multidisciplinar. Posso dar como exemplo o mestrado que fiz em Ciências Políticas, denominado Cooperação Internacional e ONG, com enfoque em direito ambiental e em gestão de projetos no Terceiro Setor.

CV: Como foi sua preparação para ingressar no mestrado e quanto tempo durou? Conseguiu bolsa ou financiamento?
LB:A preparação foi longa, pois a decisão de cursar o mestrado veio antes do início dos meus estudos da língua francesa. Foram meses e meses estudando francês com a finalidade de alcançar um objetivo maior e posso dizer que isso requer, não apenas dedicação e investimento, mas muita determinação. Passei aproximadamente dois anos estudando francês intensamente, pois a maioria das universidades francesas exigem a comprovação do nível avançado da língua por meio do Test de Connaissance du Français (Teste de Conhecimento do Francês – TCF).

Paralelamente aos estudos da língua, a preparação das candidaturas começou cedo, pois os complexos dossiês demandam cópias de muitos documentos com um espelho de toda a sua vida acadêmica (históricos escolares, diplomas, certificados, etc.), cartas de motivação (perfeitas e no estilo francês), cartas de recomendação (por vezes, de três pessoas diferentes) e tradução juramentada de tudo. Enfim, trata-se de um trabalho árduo de meses e de uma corrida contra o tempo, pois o ideal é que os dossiês para as universidades em que se pretende ingressar estejam prontos no mês de janeiro do ano letivo em que se pretende estudar. Também era importante estar sempre ligada aos prazos para o envio de documentos e eventuais entrevistas por Skype, já que cada instituição pode determinar datas limite diferentes. Além disso, como as respostas às candidaturas costumam chegar somente entre junho e julho, muitas decisões e detalhes precisam estar engatilhados. Nessa fase, o website do Campus France, instituição oficial que faz o intermédio entre grande parte dos candidatos estrangeiros e as universidades francesas, torna-se a sua página inicial. Ele é extremamente útil, pois oferece uma gama enorme de informações sobre os estudos superiores na França, as especificidades de cada universidade e cursos, custo de vida, dentre outras informações.

No meu caso, além de montar dossiês eletrônicos para quatro universidades diferentes, eu preparei a documentação de candidatura para a Bourse Eiffel e para a Bourse Master Île-de-France, as únicas bolsas de estudo que correspondiam ao meu perfil (idade, área de estudo, país de origem, etc.). As chances eram apertadas, mas, no mês de julho, aos 45 do segundo tempo, após já ter as respostas positivas das universidades e quase de mudança para Paris, recebi a notícia de que havia ganhado a segunda bolsa e isso mudou toda a minha programação de ida e a minha estadia. A bolsa oferecia não apenas uma ajuda mensal de custo, mas também, e principalmente, um quarto individual na Cité Universitaire de Paris (Cidade Universitária de Paris), um lugar incrível, que agrupa mais de quarenta prédios de moradia estudantil, pessoas de mais de cem nacionalidades, paisagens naturais magníficas, infraestrutura invejável e frequentes eventos culturais e esportivos.

CV: Como foi sua experiência estudando na França?
L.B.:A experiência foi incrível! Com certeza, entre as dificuldades e as vitórias, o balanço final foi positivo. Confesso que o início foi bastante cansativo, tanto pelo período de adaptação cultural e à língua francesa, como pelo inverno incontornável. No entanto, o cansaço foi driblado pelo interesse (mesmo porque, se não for assim, não é possível acompanhar o ritmo de estudos). No primeiro semestre, eu tive aulas em dois períodos quase todos os dias e muitos trabalhos para apresentar. Por ter cursado um mestrado profissional, as minhas aulas eram bastante dinâmicas. Os professores, todos muito exigentes, davam aulas expositivas, mas a participação dos alunos nas discussões em sala eram recorrentes e obrigatórias (o que é muito raro em mestrados de pesquisa em Paris, nos quais quem fala é o professor). Por isso, era preciso se preparar diariamente para tirar o máximo de proveito das aulas. Além disso, os franceses são extremamente atualizados, então o acompanhamento diário das notícias era essencial. O segundo semestre foi mais leve em relação à carga horária, pois tínhamos que procurar estágio e preparar, de fato, o trabalho de conclusão.

Fazendo um paralelo entre o ensino brasileiro e o francês, posso dizer que, ao menos nas matérias que estudei, não estamos nem um pouco atrás. O mais interessante foi aprender a buscar uma visão “francesa”, diferente, sobre certos assuntos e poder me aprofundar em temas de várias áreas do conhecimento. Além disso, a sensação das diferenças foi mais percebida em relação ao nível de exigência dos professores no dia-a-dia.

CV: Como esta experiência internacional mudou na sua vida pessoal e profissional? Como foi seu retorno para o mercado brasileiro?
L.B.:O crescimento pessoal que uma experiência dessas pode trazer é inexplicável. Sinto que as mudanças internas são sutis aos olhos dos outros, mas muito especiais e profundas. A minha forma de pensar, o meu comportamento, o valor dado às pessoas e a tudo o que vivo aqui, tudo é percebido com um brilho diferente.

Além disso, com o meu retorno da França, fui convidada a ocupar uma posição mais estratégica no escritório em que eu já atuava como advogada ambiental, o Gasparini, de Cresci e Nogueira de Lima Advogados (“GCN Advogados”) e tenho percebido mais facilidade em estabelecer uma rede de contatos profissionais interessantes. Com certeza, uma experiência dessas é vista de forma muito positiva! 

CV: E você, gostou da entrevista da Livea? Já pensou em estudar no exterior, aprender novas culturas e expandir seu networking? Divida conosco sua experiência e sua opinião!

By Boss

2 comentários :

  1. Olá!

    Tudo bem? Parabéns pelo post!

    Estou pensando em cursar mestrado profissional em continuação ao meu MBA quebra uerj oferece. Poder ser em sourbonne

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  2. Universidade de Paris, Tours ou Bordeaux. Vc conhece? Vc sabe dizer sobre a revalidacao se Eh possível?
    Estou fazendo o mesmo que vc estudo intenso, mas o meu mestrado será feito em 1 mês pois Eh complemento. Vc recomendaria? Vc acredita ser possível dar aulas no brasi?
    Grande abraço!

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