Por que é tão difícil satisfazer a geração Y no ambiente de trabalho?

A dificuldade da geração Y se encaixar ao modelo de carreira da geração X


Em um dos seus primeiros posts, Boss falou sobre geração X e geração Y e como ele, sendo parte da geração Y se sentia frustrado em um ambiente de trabalho dominado por pessoas da geração X. 

Recentemente o artigo  "Why Generation Y Yuppies Are Unhappy" (Por que os yuppies da geração Y estão infelizes) do site wait but why se popularizou na internet, logo, achei interessante abordar este tema.
O artigo gira em torno da simples equação: 

Felicidade = Realidade - Expectativas

que diz basicamente que se a realidade ultrapassa suas expectativas, você tem um saldo positivo atingindo a 'felicidade'.
O texto explica como a geração baby boomers (nascidos pós 2a guerra) que nasceu num momento de incertezas e pessimismo acabou se saindo melhor que suas expectativas devida à prosperidade econômica dos anos 70, 80 e 90 e criou seus filhos, da geração Y (nascidos a partir de 1980) com senso de otimismo e possibilidades infinitas. Logo, a geração Y cresceu se sentindo especial e com ambições que ultrapassam uma carreira segura. Para a geração Y, carreira é uma forma de realização profissional e pessoal. E como as expectativas são mais altas que a realidade, a geração Y está infeliz.

Como membro da geração Y eu concordo com esta primeira parte do artigo, mas não concordo muito com a segunda parte. Esta diz que a geração Y se sente tão especial que não está disposta a empenhar o esforço necessário para construir uma carreira sólida e que não aceita feedbacks negativos. Além disso, o grande acesso às redes sociais aumenta a comparação da "própria grama com a grama alheia" aumentando a insatisfação.

Eu não acho que a infelicidade da geração Y seja fruto de excesso de confiança ou despreparo para enfrentar adversidades na carreira. Na minha opinião, esta infelicidade vem do conflito da geração Y com a geração X (nascidos de 1960 a 1980) nas empresas tradicionais. 

Sucesso para a geração X é chegar aos cargos mais altos da hierarquia no menor tempo. Para eles, misturar vida pessoal é normal e ser workaholic é 'cool' ou até 'sexy'. Eles preferem esperar até ter sucesso para depois aproveitar a vida. Já a geração Y prefere se divertir no trajeto que correr para atingir o destino final. Mais que um trabalho, eles querem um propósito que os engaje e os motive. Ambiciosos e impacientes, eles querem flexibilidade de horários, já que estão conectados 100% do tempo e podem trabalhar de qualquer lugar. Não gostam de burocracia e hierarquia imposta pela geração X e querem autonomia e desafios constantes além de feedbacks que contribuam para o seu desenvolvimento. 

Uma vez que geração X e geração Y têm propósito diferentes de vida e carreira é difícil conviverem harmoniosamente. E como na maioria das vezes, pessoas de geração Y são gerenciadas por pessoas geração X, não é difícil entender sua 'infelicidade'. Não é à toa que empresas que valorizam o estilo informal e flexível da geração Y como Google e outras empresas de internet criadas no vale do silício têm sido as mais disputadas pelos jovens. 

Sendo membro da geração Y, eu prefiro empresas que valorizem a interação e o respeito entre as gerações e aproveitem o que cada uma tem de oferecer de melhor. Eu já trabalhei em uma empresa 100% geração X e fui extremamente infeliz. O fato de a empresa ser uma multinacional renomada realmente não pesou na minha equação da felicidade e acabei saindo com menos de 6 meses.

E você, já encontrou seu ambiente de trabalho ideal ou ainda sente dificuldades para se enquadrar? Compartilhe conosco sua experiência!

Texto by Exec






2 comentários :

  1. Não acho que seja apenas "conflito de gerações". O que tenho observado nos jovens que ingressaram no mercado de trabalho nos últimos anos é uma certa imaturidade mesmo, pois a maioria está disposta a abrir mão da moleza que se acostumaram na vida de estudante, não querem ter que "se virar" para resolver um problema, ficam esperando que "alguém" os pegue pela mão... Parece que não entendem que sempre haverá algumas atividades do trabalho que não são divertidas nem gratificantes, mas é algo que precisa ser feito com a mesma qualidade, gostando disso ou não (os famosos "ossos do ofício"). Não dá para ficar "escolhendo o trabalho" o tempo todo.

    É lógico que nem todos são assim, mas está cada vez mais difícil encontrar alguém com talento e disposição para se tornar um profissional de verdade.

    Isso se tratando de gente preparada, pois a falta de qualificação é um capítulo à parte...

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    1. Olá leitor,

      Com certeza seu ponto é relevante, mas não pode ser generalizado, já que como você mesmo mencionou há jovens que se interessam pelo trabalho e outros que não, assim como há profissionais maduros engajados e outros não. Nosso ponto não são os profissionais que fazem 'corpo mole', mas o que se desmotivam em ambientes profissionais que não estejam de acordo com seus perfis e crenças.
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      Boa sorte e sucesso em 2014!

      Abraços,

      Carreira e Você

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