Conforme disse no meu
último post, não era meu foco arrumar outro emprego, pelo menos
logo após sair do meu antigo trabalho. Nesse ínterim, um amigo me
indicou para uma vaga numa multinacional fabricante de
celulares e acabei participando do processo seletivo. Vislumbrei que
essa oportunidade fazia sentido com meu momento de carreira e que também
era financeiramente interessante.
Acredito não ter
mencionado anteriormente, mas, além do emprego do qual resolvi sair,
eu somente tinha tido outras duas experiências significativas de
trabalho, sendo ambas como estagiário. Nunca fui de pular de emprego
em emprego, pois acredito que o tempo ideal para se ficar num emprego
é aquele em que você se sente desafiado – o que pode ser 6 meses,
1 ano, 5 anos, 10 anos. Vai depender da oportunidade em si. O salário
é importante para mim, mas não é o único fator que me leva a
buscar uma nova oportunidade de trabalho. Prefiro ganhar menos num
trabalho interessante e que me desafie do que ganhar uma quantia
significativa em trabalhos que não me desafiem ou que eu não tenha
interesse. Com isso, eu não tinha uma vasta experiência com
processos seletivos e entrevistas e, principalmente, para entrevistas
de cargos gerenciais, como é o caso dos processos para os quais
agora eu participo.
A primeira entrevista,
então, aconteceu. Primeiramente, foi um call com a gerente de RH da
matriz, localizado no México. Entrevistas com RH geralmente são bem
tranquilas e, na grande maioria das vezes, os profissionais avaliam
somente a personalidade do candidato, já que eles não possuem muito
entendimento das qualidades técnicas da requeridas para a posição.
Logo depois, aconteceu a entrevista por telefone com o Diretor da
área. Foi uma conversa boa, mas depois não tive mais notícias
sobre esse processo.
Passado algum tempo,
comecei a refletir sobre o que poderia ter dado errado nesse processo
seletivo, já que, na teoria, minhas qualificações técnicas eram
compatíveis com os requerimentos de tal posição. Resolvi
desconsiderar fatores externos (a vaga poderia ter sido cancelada,
por exemplo) e foquei na minha entrevista em si. E daí eu consegui
enxergar os motivos pelos quais eu possivelmente não prossegui em
tal processo seletivo.
Primeiramente, eu não
fiz uma pesquisa prévia sobre a empresa. A empresa é muito
conhecida e eu acreditei que somente isso bastava. Mas, a mesma vinha
passando por uma momento complicado, com perdas crescentes de market
share nos últimos anos e eu, sinceramente, não fazia nem ideia.
Também não consegui
deixar claro que as minhas qualificações técnicas atendiam os requerimentos da vaga. Como trabalhava como consultor, eu precisava ter
reforçado que essa mudança de perspectiva – de consultor para
gestor – teria um período de adaptação, mas que ao longo do
tempo não se tornaria um problema, já que eu tenho
competência/facilidade de adaptação, sede de conhecimento, boas
habilidades de liderança de equipes, dentre outras características.
E, para piorar, no
final da entrevista, o Diretor perguntou se eu tinha alguma dúvida
sobre a empresa, processo seletivo ou até mesmo sobre ele. E a minha
resposta foi: “Não”. De fato, se eu já não havia mandado bem
durante a entrevista, esse último ponto deve ter sido crucial para
me eliminar do processo seletivo. Não tem como uma pessoa que está
minimamente interessada em trabalhar em uma nova organização não
possuir sequer nenhuma dúvida.
Resumidamente, muito
provavelmente, a minha falta de preparo me excluiu antecipadamente
desse processo seletivo. Mas como tudo nessa vida pode se tornar um
aprendizado, essa entrevista serviu para eu entender melhor o que
devo fazer para as próximas entrevistas. Hoje, eu sempre elaboro um
roteiro com os principais aspectos que devem ser abordados numa
entrevista.
By Boss
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